quinta-feira, 9 de março de 2017

NOMENCLATURA PARA GRAVURA

Para a produção das várias formas de gravura, existe uma nomenclatura específica que muitas vezes foge à compreensão do colecionador. Apresentamos aqui alguns dos termos mais comuns, que tanto podem ser utilizados para a xilogravura, quanto para a gravura em metal, para a litogravura ou mesmo para a serigrafia. São eles:
GRAVURA: arte ou processo artístico baseado na reprodutibilidade, em que uma obra se apresenta com certo número de reproduções. Pode ser executada pelo próprio artista ou, em casos específicos por um profissional capacitado;
IMPRESSOR: o profissional que executa a tiragem das gravuras;
TIRAGEM: número de gravuras tiradas de uma mesma matriz;
ASSINATURA: toda gravura apresenta, como forma de identificação, a assinatura do artista, feita a lápis, preferencialmente no canto inferior direito. De acordo com Leite (1966), na atualidade, essa assinatura a lápis é considerada como uma das características mais importantes na identificação de originalidade da gravura;
NUMERAÇÃO: a numeração em uma gravura serva para identificar a quantidade de peças colocadas no mercado de arte. Consiste na colocação de dois números separados por uma barra, sendo o primeiro indicativo da posição da peça no conjunto da tiragem e o segundo o total da tiragem, exemplo: uma gravura que apresenta a numeração 8/50, representa a oitava peça de um conjunto de cinquenta. Geralmente está situada no canto inferior esquerdo;
DATA: não chega a ser uma exigência, mas tem o objetivo de indicar a época – pelo menos o ano – em que a gravura foi executada. Geralmente vem junto à assinatura do artista;
TÍTULO: uma gravura pode ou não possuir um título. Geralmente o título está relacionado ao tema da imagem gravada e é referenciado na parte inferior ao centro, entre a numeração e a assinatura. Quando ao artista não ocorre um título, pode, indicando a falta do mesmo, simplesmente colocar no local indicado o termo “sem título”, “s/t”, ou simplesmente não colocar nada;
MATRIZ: elemento utilizado como base para a reprodução da gravura que, tanto pode ser uma pedra (litogravura) uma chapa metálica (calcogravura), uma placa de madeira (xilogravura) ou, no caso da serigrafia, a tela de seda ou, no caso mais recente, de nylon ou poliéster;
MONOGRAMA: sinal utilizado como assinatura, geralmente composto das iniciais do artista e aplicado na própria matriz de impressão;
PROVA DE ARTISTA: normalmente, após concluída a matriz, precedendo a tiragem definitiva, tira-se certo número de provas – no máximo seis – que serão numeradas em algarismos romanos precedidos da menção P. A. Esta é a prova tirada antes que o artista considere o trabalho terminado em definitivo, podendo apresentar elementos diversos da reprodução definitiva;
PROVA DE ESTADO: das mais cobiçadas pelos colecionadores, a prova de estado (P. E.) é tirada ao longo da preparação da matriz, antes que essa seja considerada como concluída tanto pelo artista quanto pelo impressor e pode ser considerada como registro do processo de criação;
PROVA DO IMPRESSOR: essa prova existe quando não foi o próprio artista o responsável pela impressão, da mesma forma que a P. A. e a P. E., essa prova (P. I.) apresenta sua referência no local destinado à numeração da tiragem;
BOA PARA IMPRIMIR: geralmente anotada na gravura como B.P.I. é praticamente a autorização do artista para a impressão. Essa cópia permanece arquivada com o editor, para efeito de autenticidade.
HORS COMMERCE: é a gravura fora de comercialização, identificada pelas letras H. C. tiradas para brinde ou reserva do artista. Apesar da indicação de que essa tiragem não deve ser colocada no mercado é comum encontrar algumas peças com essa referência, principalmente em leilões de arte.
Outros termos podem ainda aparecer fazendo referência aos vários momentos do processo de produção de uma gravura, sendo, no entanto, esses os mais comuns e, por isso mesmo, os que mais despertam o interesse e a curiosidade dos colecionadores.

Dois outros termos podem se apresentar como curiosidade, apesar de não representarem a gravura como exclusividade. Um deles é o CATÁLOGO RAISONNÉ, que seria “uma relação de obras de um mesmo autor, ou de uma mesma época, raça, temática, etc. com descrição minuciosa de suas características”. Com relação à gravura, um dos melhores exemplos que temos no Brasil é o Catálogo realizado por Mônica Zielinsky, para a obra de Iberê Camargo, publicado pela CosacNaify. O outro termo seria o PEDIGREE, utilizado para designar “certas estampas antigas que pertenceram a coleções notáveis, foram exibidas em importantes exposições, reproduzidas em livros e catálogos”, possuindo, em consequência disso, uma importância que aumenta consideravelmente seu valor de mercado.
Sobre cada processo de impressão, apresentaremos informações específicas, sempre que se apresentarem as oportunidades.

SEM TÍTULO (Inimá de Paula)
técnica: xilografia
Medida do papel: 40 x 27
Medida da mancha: 34 x 20
Tiragem: 25 peças
Data: 1983

FERROVIÁRIA I (Selma Parreira)
técnica: gravura em metal
Medida do papel: 46 x 58,5
Medida da mancha: 30 x 39
Tiragem: P. A.
Data: sem referência

MULHER E CRIANÇA (Floriano Teixeira)
técnica: litogravura
Medida do papel: 57 x 77
Medida da mancha: 45 x 61
Tiragem: P. I.
Data: 1988

CARACÓIS (Cléber Gouveia)
técnica: serigrafia
Medida do papel: 70 x 50
Medida da mancha: 50 x 39,5
Tiragem: 95 peças
Data: sem referência

O BLOG da Galeria P. A. Gravuras é um espaço criado para informação e venda direta de trabalhos de arte produzidos dentro dos vários processos de impressão na forma de gravura. Aqui serão fornecidas informações técnicas sobre os vários processos de elaboração de gravura, além da disponibilização de obras para comercialização. O contato para aquisição pode ser feito através do e-mail pa.gravuras@gmail.com e o pagamento será feito por depósito bancário, sendo a entrega feita via SEDEX ou por retirada pessoal.

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