segunda-feira, 31 de julho de 2017

SERIGRAFIA EM GOIÁS II

Apesar de haver referência a processos rudimentares de formas de impressão desde há milhares de anos, é somente em épocas bem mais recentes que se intensifica o seu uso, estando entre as justificativas principais para o seu desenvolvimento, a propagação religiosa. De acordo com Silveira (1990, p.11), o uso da gravura foi

A princípio, uma forma encontrada para a repetição da imagética religiosa. As preocupações de natureza puramente artística só surgiriam mais tarde. O que interessou no primeiro momento foi a reprodução de uma obra ou ilustração com a única intenção de arrebanhar um maior número de pessoas.

A prática da gravura como processo artístico, no Brasil, é algo que pode ser considerado extremamente recente, em comparação ao acontecido na Europa. As referências mais antigas que temos, remontam ao século XVIII e, segundo Martins Filho (1982), não ultrapassaram a cinco, o número de artistas que atuaram em nosso país utilizando essa técnica, todos eles religiosos desenvolvendo trabalhos de arte sacra. O que não foge ao modelo referenciado por Silveira em seus estudos. Alguns poucos artistas atuaram também no decorrer da segunda metade do século XIX, desenvolvendo trabalhos em xilogravura e litogravura, muito mais como elemento de ilustração para livros e periódicos do que como desenvolvimento artístico de produção em série, como já acontecia há alguns séculos por toda a Europa. Convém lembrar que para a existência dessa atividade, contribuiu a vinda da Família Real que providenciou a criação no Rio de Janeiro, da Imprensa Régia, cuja atividade contribuiu para a regulamentação tanto da gravação quanto da impressão em nosso país. No entanto, o seu emprego como forma de referência das artes plásticas, só veio acontecer de forma definitiva na segunda ou terceira década do século XX. Ainda segundo Martins Filho (1982, p.29)

Responsáveis por uma nova visão nas artes plásticas, numerosos artistas no fim do século XIX e início do século XX definiram a gravura como forma de expressão artística no seu sentido contemporâneo.

O reconhecimento da gravura no Brasil começa a acontecer e ser compreendido como arte através da produção do grande gravador Carlos Oswald que, apesar de haver utilizado em seu trabalho várias formas e técnicas (desenho, aquarela e pintura sobre tela), foi com a produção de gravura em metal que praticamente se projetou e elaborou sua grande contribuição ao desenvolvimento das artes no país. E, se nesse primeiro momento surge com tal importância a gravura em metal de Carlos Oswald, aparecem também os nomes de Oswald Goeldi e de Lívio Abramo com a xilogravura.
Além de haver desenvolvido uma grande produção com importantes trabalhos utilizando a técnica da gravura em metal Carlos Oswald foi também um grande divulgador desse processo artístico, lecionando tal técnica a partir do início da I Grande Guerra (1914) em locais como o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, a Fundação Getúlio Vargas, a Biblioteca Nacional e em seu próprio ateliê, contribuindo para o surgimento de grande número de artistas especializados na técnica que, no decorrer do século passaram a ser considerados como referência nas artes plásticas brasileiras como Hans Steiner, Darel Lins, Renina Katz, Faiga Ostrower e Poty Lazaroto, entre outros.

Darel Lins - gravura em metal

Hans Steiner - gravura em metal

Renina Katz - xilogravura

Surge então, juntamente com os primeiros grupos de gravadores, os núcleos de discussão, debate e produção da arte em gravura, destacando-se nesse processo o Clube da Gravura de Porto Alegre, o Clube de Gravura de Bagé, ambos no Rio Grande do Sul e, no estado de São Paulo o Clube da Gravura de Santos, com importante produção nas técnicas de Xilogravura, Litogravura e Gravura em Metal.
Ampliando tanto conceito quanto produção, no que se refere à gravura, surge também no século XX, o emprego do processo serigráfico como forma de produção artística, sendo o seu reconhecimento acontecido de forma demorada e com reservas por grande número de colecionadores. Vai ser a partir da década de 1950 que sua utilização, divulgação e reconhecimento acontecem, com a adesão de importantes nomes das artes plásticas, como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. Várias são as coleções de arte que, hoje, incorporam peças serigráficas, como a particular de Mônica e George Kornis, reconhecida internacionalmente e a coleção de caráter público, pertencente ao Banco Central, que possui em seu acervo peças de Di Cavalcanti, Cícero Dias, Alfredo Volpi, Beatriz Milhazes, Arcangelo Ianelli, Antonio Henrique Amaral, Tomie Ohtake e Gonçalo Ivo, entre outros.
                                                 Di Cavalcanti - serigrafia
                                                      Volpi - serigrafia

                                      Antonio Henrique Amaral - xilogravura

No entanto, qualquer que seja o processo escolhido de reprodutibilidade, a base será sempre a peça original denominada “matriz” que, em cada tipo de gravura terá uma forma específica de preparo. Ângela Luz, ao falar sobre o trabalho de Anna Letycia (1998, p. 98) diz que

O que determina a autoria da obra pelo artista não é o ato da impressão, mas o da gravação propriamente dita. A matriz é na realidade a gravura; a cópia é o registro de sua aparência visível como retrato reprodutível do objeto. A matriz é única; a cópia é o múltiplo que a revela,

o que leva alguns artistas a investirem um tempo excessivo na elaboração de uma peça para uso como matriz – principalmente no caso da xilogravura e da calcografia – na maioria dos casos com tiragens reduzidas.
O desenvolvimento das artes em Goiás pode ser considerado como um processo extremamente recente, se levarmos em conta os quase três séculos passados de seu descobrimento e ocupação, desde o período colonial até à atualidade. Considerando-se o fato de que as referências existentes durante esse período estão todas representadas por viajantes e cronistas estrangeiros que por aqui passaram e que o único artista local, reconhecido como tal, seria, já na segunda metade do século XIX, o escultor meiapontense Joaquim José da Veiga Vale, o que nos resta é a tentativa de alguns artistas estabelecidos já na nova capital, no decorrer da década de 1940, em sua maioria com atividades ligadas à docência em escolas como o Liceu de Goiânia e a Escola Técnica Federal de Goiás.
Se hoje, o estado pode se vangloriar da existência de considerável número de artistas de reconhecimento nacional e até mesmo internacional, como Ana Maria Pacheco, Siron Franco e Marcelo Solá, para citar apenas três deles, está exatamente nos anos iniciais da década de 1950, o incentivo e a base para o surgimento de um grupo inicial que gerou tudo o que atualmente acontece, passados já pouco mais de meio século. Frei Confaloni e D. J. Oliveira em um primeiro momento e Cleber Gouvêa, na sequência, foram os grandes responsáveis pelo surgimento de uma nova arte no estado, com características modernistas, iniciando com a pintura em tela e, como forma de domínio sobre forma, figura e composição, o emprego de técnicas como a aquarela, o desenho (carvão, lápis e nanquim) e, principalmente a gravura.
                                                 D. J. Oliveira - serigrafia

                                               Cleber Gouvêa - serigrafia

                                                Marcelo Solá - serigrafia


Tendo Cleber Gouvêa como primeiro professor de gravura em metal, foi, no entanto D. J. Oliveira o grande incentivador dessa técnica, tendo passado por seu ateliê, várias gerações de novos artistas que se tornaram exímios gravadores. Passam a ser constantes os trabalhos desenvolvidos em gravura em metal, a xilogravura e, em menor intensidade, a litogravura. A serigrafia, quando aparece no cenário artístico goiano, se estabelece de forma ampla e definitiva, despertando o interesse inclusive daqueles que nunca se dedicaram a outros processos de impressão.    

O BLOG da Galeria P. A. Gravuras é um espaço criado para informação e venda direta de trabalhos de arte produzidos dentro dos vários processos de impressão na forma de gravura. Aqui serão fornecidas informações técnicas sobre os vários processos de elaboração de gravura, além da disponibilização de obras para comercialização. O contato para aquisição pode ser feito através do e-mail pa.gravuras@gmail.com e o pagamento será feito por depósito bancário, sendo a entrega feita via SEDEX ou por retirada pessoal.

sábado, 29 de julho de 2017

ANTONIO POTEIRO



Nascido Antonio Batista de Souza, na aldeia de Santa Cristina da Pousa, em Portugal no ano de 1925. Em 1926 transferiu-se com a família para o Brasil, estabelecendo-se primeiramente na cidade mineira de Araguari. Em 1958 radicou-se em definitivo na cidade de Goiânia, onde seu trabalho ficou conhecido, tanto na cerâmica quanto na pintura. Faleceu em 2010, aos 94 anos de idade.

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 70 x 70
Medida da mancha: 60 x 60
Tiragem: H. C. 1/4
Data: sem data
Valor: R$ 1.500,00
(fundação)

GIRASSÓIS COM FUNDO AZUL
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 81 x 70
Medida da mancha: 73 x 62
Tiragem: P. I.
Data: sem data
Valor: R$ 1.500,00
(fundação)

RETIRANTES
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 85 x 72
Medida da mancha: 71 x 62
Tiragem: P. A.
Data: sem data
Valor: R$ 1.500,00
(fundação)

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

PITÁGORAS

Nascido em Goiânia/GO, Pitágoras Lopes Gonçalves é um artista autodidata que, em pouco tempo de atuação nas artes plásticas já alcançou ampla divulgação do seu trabalho participando de exposições em Goiânia, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Nova Iorque.

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 66 x 48
Medida da mancha: 62 x 39
Tiragem: 4/90
Data: s/d
Valor: R$ 600,00 (vendido)

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 66 x 48
Medida da mancha: 60 x 42
Tiragem: 6/90
Data: s/d
Valor: R$ 600,00

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 70 x 50
Medida da mancha: 60 x 40
Tiragem: 14/60
Data: s/d
Valor: R$ 600,00 (vendido)

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quinta-feira, 27 de julho de 2017

LYDIA SEMERENE

Nascida na cidade goiana de Ipameri, Lydia Seba Semerene graduou-se em Arquitetura pela UnB e tem hoje sua vida dividida entre Ipameri e o Rio de Janeiro, onde tem seu ateliê. Teve seus trabalhos expostos em vários países da Europa e América. Apesar de desenvolver uma produção em tela, seu trabalho se caracteriza mais pela gravura em metal.

BICICLETAS 1
técnica: gravura em metal
Medida do papel: 34 x 31
Medida da mancha: 20 x 10
tiragem: P. A.
Data: 1986
Valor: R$ 400,00

BICICLETAS 2 (P. E. IV)
técnica: gravura em metal
Medida do papel: 38 x 35,5
Medida da mancha: 20 x 10
tiragem: P. E. IV
Data: 1986
Valor: R$  400,00

BICICLETA (4/5)
técnica: gravura em metal
Medida do papel: 19 x 26
Medida da mancha: 10 x 9,7
tiragem: 4/5
Data: 1985
Valor: R$  400,00

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quinta-feira, 20 de julho de 2017

MARLY MENDANHA

Nascida na cidade de Itauçu/GO. Pintora, escultora, desenhista, gravadora, é, desde 1988 professora na Escola de Artes Plásticas Veiga Valle, na cidade de Goiás. No Brasil já expôs seus trabalhos nos estados de Goiás, Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. No exterior, expôs no Chile, Portugal, Inglaterra, Áustria, Hungria, Eslováquia e Espanha.

IGREJA DE AREIAS
Técnica: xilogravura
Medida do papel: 10 x 15
Medida da mancha: 8 x 11
Data: 2011
Valor: R$ 50,00

CHAFARIZ DA BOA MORTE
Técnica: xilogravura
Medida do papel: 15 x 10
Medida da mancha: 11 x 8
Data: 2011
Valor: R$ 50,00

IGREJA DE SANTA BÁRBARA 2
Técnica: xilogravura
Medida do papel: 15 x 10
Medida da mancha: 11 x 8
Data: 2011
Valor: R$ 50,00

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quarta-feira, 5 de julho de 2017

NANCY DE MELO

Nascida na cidade de Goiânia, Nancy de Melo graduou-se em Artes Plásticas na FAV-UFG em 1992, onde também, em 2002 concluiu especialização em Arte Contemporânea e, concluindo em 2006 o mestrado em Cultura Visual. Já lecionou na FAV-UFG, escola de Arquitetura da UEG, escola de Arquitetura da Faculdade ALFA, Faculdade Cambury, lecionando atualmente na PUC-GO. Participou de várias exposições coletivas, tendo recebido vários prêmios por seu trabalho.

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 67 x 48
Medida da mancha: 52 x 38
Tiragem: sem referência
Data: 1992
Valor: R$ 300,00

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 67 x 48
Medida da mancha: 52 x 38
Tiragem: sem referência
Data: 1992
Valor: R$ 300,00

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 67 x 48
Medida da mancha: 52 x 38
Tiragem: sem referência
Data: 1992
Valor: R$ 300,00

SEM TÍTULO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 67 x 48
Medida da mancha: 53 x 32
Tiragem: sem referência
Data: 1992
Valor: R$ 300,00

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segunda-feira, 3 de julho de 2017

DI CAVALCANTI

Nascido no Rio de Janeiro a 6 de setembro de 1897, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo é considerado um dos artistas brasileiros mais completos. Em 1917 mudou-se para São Paulo, onde, juntamente com Mário de Andrade e Oswald de Andrade idealizou e organizou em 1922, a Semana de Arte Moderna. De 1923 a 1925 residiu na França e, em 1932, residindo no Rio de Janeiro, foi um dos fundadores do Clube dos Artistas Modernos.
Faleceu no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976.

MULATA NO ESPELHO
Técnica: serigrafia
Medida do papel: 26 x 44
Medida da mancha: 26 x 44
Tiragem: P. I.
Data: sem referência
Valor; R$ 2.000,00
(com moldura)

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